Carreira: Faro, Cáceres (Espanha), Sevilha (Espanha), Albufeira, Almada, Badajoz (Espanha), Loulé
Trata-se de uma narrativa de actualidade relativa ao nosso Mundo Global. A Europa é diariamente confrontada com o fenómeno da emigração clandestina e os decisores políticos têm dificuldade em solucionar o problema. A peça é centrada na história de dois emigrantes com proveniências geográficas distintas. O seu encontro dá-se nos subúrbios de uma metrópole. A peça explora e questiona aspectos relacionados com a sobrevivência humana num contexto de submundo das sociedades contemporâneas: as regras escravizantes, o sacrifício por sonhos inalcançáveis, a resistência a uma marginalidade que convida à desestruturação do indivíduo. Uma história sobre o mito dos regressos, a ausência de liberdade e a sobrevivência. Quando se parte em busca de uma vida condigna, as expectativas são legitimamente altas, face a uma vida de miséria. Quando se dá conta de que o sonho abortou, o que resta? É a esta questão que o espectáculo procura dar contributo de reflexão, sobretudo, atinente a um plano geral da problemática ue aborda. Note-se que o autor do texto, Slawomir Mrozek, foi ele próprio um emigrante, e certamente que este texto aborda algumas questões relacionadas com a sua própria experiência, mas que são matéria de transversalidade a todos os indivíduos que embarcam na aventura da e/imigração por necessidade de sobrevivência. Quanto a opções artísticas, considera-se relevante o facto de os intérpretes serem um branco e um negro – distintas matrizes culturais versus idênticas necessidades de sobrevivência. Igualmente relevante é o propósito de operar a realização dramatúrgica/artística de forma a não deixar que a leitura do espectáculo resvale para o seu enquadramento nas particulares problemáticas nacionais (de Portugal), versão a que somos (como o demonstra o historial da ACTA) convictamente contrários – posto que procuramos seguir uma linha de universalidade nas problemáticas que abordamos. Os recursos cénicos serão os da simplicidade possível, sem elementos culturalmente distinguíveis, para que o sistema de sinais conduza a leitura precisamente para a universalidade que prosseguimos e perseguimos.
Classificação Etária: Maiores de 16 anos
Autor: Sławomir Mrożek
Interpretação: Mário Spencer e Bruno Martins
Direcção artística: Paulo Moreira
Concepção Cenográfica: Luís Vicente, com execução de Tó Quintas
Montagem: Octávio Oliveira
Divulgação: Rita Merlin
Secretariado: António Marques
Produção Executiva: Elisabete Martins
Direcção de Produção: Luís Vicente