Apresentação
Historial
A ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, é uma estrutura de produção artística teatral com carácter profissional. Foi constituída a 9 de Fevereiro de 1995, em Faro, por um grupo de interessados fazedores de teatro provenientes da Universidade do Algarve, liderado pelo professor e pedagogo José Louro. Será a convite deste prestigiado homem de teatro que em 1997 Luís Vicente, actor com reconhecidos créditos artísticos e também com experiência nos domínios da formação, da produção e da gestão teatral, integrará a estrutura da ACTA.
A Companhia inicia actividade a 2 de Março de 1998 com José Louro como Director Artístico, Luís Vicente como Director de Produção e Noé Amorim como Director Técnico. Desde esse ano que é financiada pelo Ministério da Cultura.
Em finais de 1999, após um processo de reestruturação interna, Luís Vicente assume a Direcção Artística da ACTA e José Louro passa a integrar o Conselho Artístico, órgão informal afecto à Direcção da Companhia.
A par da produção artística, a ACTA tornou-se interveniente também em questões de formação e sensibilização de públicos, nomeadamente junto de discentes e docentes dos vários graus de ensino.
A Companhia edita regularmente, desde 1998, a publicação ACTAs do teatro, a qual visa cumprir não só uma função de "programa" de cada produção artística, mas também a de instrumento de reflexão artística e estética, e, pontualmente, também a noticiosa e a didáctica.
Nos planos artístico e estético, a ACTA não se assume como uma Companhia de opções regionalistas. O historial dos seus critérios nos referidos planos exprime diversidade quanto a género, bem como uma orientação universalista e cosmopolita, concretizada num repertório de qualidade (no qual tem expressiva presença a dramaturgia nacional). Esta preocupação revela-se, sobretudo, numa prática de pesquisa permanente, numa busca constante de inovação, para que a aplicação das transversalidades suscitadas pelas diversas formas de expressão artística e dos seus diversos signos se encontrem ao serviço do todo que constitui o fenómeno teatral.
A 5 de Outubro de 2012 a ACTA foi instalada no Teatro Lethes, em Faro, teatro histórico que integra a European Route of Historic Theaters.
Objectivos e Estratégias
A ACTA tem como espaço privilegiado de actuação a região do Algarve. O grande objectivo da Companhia, a sua missão, é estimular a apetência e o gosto pela fruição teatral entre a população residente na sua diversidade. Por um lado, objectiva-se uma acção com acentuada vertente pedagógica e, por outro, uma acção essencialmente lúdica, mas substancial, nobre e espiritualmente elevada.
A Companhia prossegue assim, uma política consistente na seguinte filosofia: fazer cruzar a produção artística que realiza pelas vertentes pedagógica e sociológica, consubstanciada numa programação ecléctica a qual aponta para uma fruição de grande abrangência, no plano do gosto e da necessidade, no espectro cultural, não confrontando valências quanto a géneros, antes procurando harmonizá-los independentemente delas.
A Companhia procura laborar numa prática artística e esteticamente consistente e singular que visa tocar também a população flutuante da região e, articuladamente, projectar a sua acção no contexto do panorama teatral nacional e internacional.
Críticas da Imprensa
"Apesar de ter sido criada recentemente, a única companhia profissional de teatro do Algarve é já uma referência no panorama regional e nacional, pela qualidade das produções e pelas iniciativas paralelas que desenvolve."
Diário de Notícias, 13/11/98
"E honra lhe seja feita porque, no espaço de um ano, já conseguiu levar à cena quatro peças, cujo êxito está justificado com mais de sete dezenas de espectáculos a que assistiram mais de 12 mil espectadores – média superior a 160 presenças por sessão!"
Marcelino Viegas, Jornal de Notícias, 20/04/99
"A qualidade artística da companhia e a seriedade do seu projecto têm sido motivo de referência entre a crítica da especialidade e também o motivo que leva o público a interessar-se pelas suas apresentações, e pelo teatro de um modo geral."
Expresso "Revista Algarves", 12/08/00
"Mas o grande referencial para o teatro algarvio em 2000 foi de facto o trabalho da ACTA, que teve um ano de profícua produção teatral de âmbito variado. Desde uma encenação brilhante, da autoria de Pedro Guerreiro Ramos, do Auto da Barca do Inferno, destinada ao público escolar, passando pelos magníficos momentos dados pela peça Zoo Story, de Edward Albee e Mulher, mulheres, de Charo Solanas, Franca Rame e Jean McConnell. Dois trabalhos irrepreensíveis com a assinatura de Luís Vicente na encenação. Por fim, as grandes produções: Auto das Andanças e Linda Inês que reafirmaram, para quem ainda tinha dúvidas, que a ACTA é uma grande companhia profissional e está aí para que possamos ver e rever estes e outros magníficos trabalhos."
Ana Oliveira, Jornal do Algarve, 11/01/01
"ACTA desempenha um papel importante na vida cultural da região. [...] a companhia tem vindo a desenvolver na região um trabalho unanimemente reconhecido pela sua qualidade (em espectáculos e formação profissional) e uma estratégia de parcerias com resultados positivos nomeadamente no plano financeiro."
Correio da Manhã, 21/06/01
"No que diz respeito ao teatro que por cá se vai fazendo, o destaque vai, naturalmente, para a ACTA que, como companhia profissional, tem cumprido a sua função de formadora de públicos. De uma forma coerente e séria vai oferecendo um vasto leque de espectáculos a todo o tipo de públicos: desde o menos atento ao mais exigente. [...] Tem surpreendido agradavelmente os alunos das escolas algarvias, pois mostra um Gil Vicente revisitado sem nunca perder a estrutura da narrativa. Um espectáculo para adolescentes feito com o rigor que eles merecem."
Ana Oliveira, Algarve Mais, 01/03
"Mais uma vez a ACTA está de parabéns. Primeiro, por trazer a público mais um dramaturgo português, o que é manifestamente um trabalho de divulgação cultural e de apoio à criação artística nacional numa área tão carenciada de recursos humanos; segundo, porque a qualidade estética, plástica e técnica dos seus espectáculos, a manifesta inteligência colocada em cada trabalho, está bem acima da média, o que contribui para elevar a fasquia cultural do público – isso é educar e formar; terceiro, por continuar a ser a companhia de referência do Algarve, tendo o inegável mérito de se afirmar como a vanguarda cultural de uma região pobre e esquecida, a que faltam políticas culturais consistentes que valorizem a qualidade de vida dos seus habitantes – esse é um trabalho cívico e de cidadania que revela bem a consciência do que é bem servir o colectivo, o que é impagável. Por tudo, o meu obrigado."
Reinaldo Barros, Postal do Algarve, 18/12/03
"A ACTA é um exemplo a seguir, não só a nível regional onde, infelizmente, nem todas as autarquias disponibilizaram condições para os seus munícipes crescerem com a cultura transmitida por esta companhia, mas também a nível nacional, onde se impõe por levar a cena textos com adaptações dramatúrgicas originais e ter uma linha estético-artística eclética e transversal a todos os públicos. É raro encontrar uma companhia que alie de forma tão ponderada e conseguida a qualidade das suas produções ao cuidado que deve ter, sempre, com o público."
Ana Oliveira, Jornal do Algarve, 01/01/04
[...] É de louvar o trabalho pioneiro que ACTA está a desenvolver nas escolas, levando-lhes o teatro de bandeja, para que os alunos das zonas mais periféricas e interiores o possam saborear. [...] E assim se faz formação de públicos no terreno, onde o público precisa de ser formado: nas escolas. E é um privilégio esta região ter uma companhia de teatro que se desloca à própria sala de aula, levando aos alunos o bem mais precioso que eles podem ambicionar: a formação."
Ana Oliveira, Jornal do Algarve, 13/01/05
(…) É bom constatar que, no Algarve, há gente a trabalhar ao nível do que melhor se faz em qualquer parte do mundo. É bom ver que há gente com ideias, capaz de unir esforços e de dar corpo a projectos que se tornam excelentes e originais espectáculos.
Barlavento, 28/06/07
"Foi com "Jeremias", levado à cena em 27 de Março de 1998, que a Acta – A Companhia de Teatro do Algarve, se estreou nos palcos algarvios. Treze anos passados, à média de quatro produções por ano, quase dois mil espectáculos feitos na região algarvia e fora dela, mais de duas centenas de milhares de espectadores, esta companhia profissional tem um registo de trabalho cultural consequente que é um marco indelével. Baseada em Faro, ocupando as agendas do histórico Teatro Lethes e do moderníssimo Teatro Municipal, mas sabendo espalhar o perfume da arte cénica por todo o Algarve, a Acta tem desenvolvido um projecto de criatividade e imaginação de elevada qualidade, colhendo as melhores referências do público e da crítica, arrecadando prémios de reconhecimento. É justo que se diga, que tais méritos não decorreram apenas do génio seus actores, autores, encenadores ou produtores. A Acta chegou onde chegou, graças a uma cumplicidade regional, que envolveu o Estado com as autarquias, os cidadãos e as empresas, as escolas e os alunos, superando com dificuldade um orçamento modesto, impossível de sustentar na bilheteira pelo serviço público que presta em acções de formação, ou pelo projecto "VATe – Vamos Apanhar o Teatro", a arte cénica sobre rodas, um autocarro que leva de aldeia em aldeia a vertente dramatúrgica da nossa cultura greco-latina. (…) Seria um absurdo este Algarve dotado finalmente de espaços capazes, ficar vazio de conteúdo. Se houver que cortar na animação, que se preservem os valores culturais nados, criados ou estabelecidos na Região. Em tempo de encolhas, escolham-se os "nossos". Luis Vicente e companhia, merecem-no. Que as autarquias saibam escutar as pancadas de Molière."
Mendes Bota, O Algarve, 04/08/11